Polícia consulta especialistas em leitura labial no caso Aranha

As imagens de televisão são as principais provas da polícia no inquérito que investiga o crime de injúria racial de torcedores contra o goleiro santista Aranha na partida contra o Grêmio. Entretanto, para dar embasamento técnico, a polícia deve consultar especialistas em leitura labial para identificar exatamente o que disseram os suspeitos.

“O delegado Herbert (Ferreira, que preside o inquérito) vai convocar um especialista que possa fazer leitura labial, para confirmar aquilo que nós sabemos que está saindo da boca daquela pessoa. E os outros que por ventura estejam falando a mesma palavra ofensiva”, disse o delegado Cleber Ferreira, que acompanha as investigações.

Segundo ele, não apenas Patrícia, como todos os outros sejam identificados proferindo injúrias racistas contra Aranha serão responsabilizados pelo crime. “Todos aqueles que proferiram gestos racistas contra a honra de uma pessoa, todos são responsáveis, agora ela teve a infelicidade de ser filmada proferindo a palavra racista, mas os demais também são visíveis nas imagens que eles faziam gestos ofensivos a aquela pessoa", disse o delegado.

Em depoimento à polícia, Patrícia Moreira Silva confirmou o que as imagens da TV mostram, mas nega que tenha tido intenção de ofender o goleiro Aranha. Ela justificou que seguiu o que a torcida sempre fez ao se referir a torcedores colorados como macacos.

Abalada ao chegar ao depoimento por conta da repercussão do caso e do tamanhão do aparato de imprensa que a esperava, Patrícia chorou  no momento em que pessoas gritavam “racista”.

Amparada pelo irmão e com a ajuda de reforço policial convocado pela polícia por conta das ameaças sofridas, Patrícia entrou e saiu de cabeça baixa e com o rosto coberto da delegacia. Ela falou por cerca de uma hora.

Outros depoimentos ainda estão agendados para acontecer entre até sexta-feira, e novas pessoas podem ser intimadas à medida que forem sendo identificadas.

Fonte: Terra

Postagens populares