Israel e Hamas alcançaram, nesta terça-feira (26), uma proposta do Egito de cessar-fogo permanente, mas sirenes de foguetes continuaram a soar no Sul do território israelense depois das 19h (locais), momento em que a trégua entraria em vigor. Na última meia hora, 15 projéteis foram disparados a partir da Faixa de Gaza contra Israel, segundo o Exército. Momentos antes do anúncio do acordo, a explosão de um morteiro em Eshkol, perto da fronteira, matou um israelense e deixou seis feridos, um deles em estado grave.

O acordo enfrenta resistência de algumas autoridades israelenses, com os ministros Naftali Bennett, Avigdor Lieberman e Yitzhak Aharonovich já manifestando sua oposição, antes mesmo de o governo de Benjamin Netanyahu se pronunciar oficialmente. Já do lado palestino, milhares de pessoas foram às ruas comemorar o que eles consideraram uma vitória sobre Israel.

Segundo uma fonte citada pelo jornal ?Haaretz?, não há necessidade de uma votação do gabinete israelense para a aprovação da proposta. Ainda de acordo com a fonte, a proposta não inclui exigências do Hamas de construção de porto, aeroporto e libertação de prisioneiros. Em futuras negociações, os dois lados vão apresentar suas demandas, e Israel vai levantar a questão da desmilitarização de Gaza. Israel vai permitir que ajuda humanitária entre mediante supervisão no território palestino, incluindo materiais para a reconstrução.

O cessar-fogo foi noticiado pela agência estatal de notícias egípcia Mena e confirmado oficialmente pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, cerca de uma hora depois de o negociador do grupo militante palestino Hamas, Moussa Abu Marzoul, antecipar que um acordo havia sido alcançado para acabar com o conflito que já dura 50 dias. O Ministério das Relações Exteriores no Cairo deve emitir um comunicado mais detalhado sobre os pontos da nova trégua, de acordo com duas autoridades egípcias.

Os comentários vieram após o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, dizer que estava próximo um entendimento diplomático que atendesse aos anseios do povo palestino.

O conflito entre Israel e os grupos armados palestinos na Faixa de Gaza, que iniciou em 8 de julho, deixou mais de 2.130 mortos do lado palestino e 68 entre os israelenses.

Agência O Globo