Julian Assange, fundador do site Wikileaks, criticou os Estados
Unidos neste domingo da varanda da embaixada do Equador em Londres, onde
ele se refugiou para evitar a prisão, e desafiou o presidente Barack
Obama a encerrar o que ele chamou de caça às bruxas contra o seu site.
Assange afirmou que os Estados Unidos estão arriscando desviar o mundo para uma era de opressão jornalística.
"Enquanto o Wikileaks estiver sob ameaça, a liberdade de
expressão e a saúde de todas as nossas sociedades também estarão", disse
o fundador do site, vestindo gravata marrom e camisa azul.
"Eu peço ao presidente Obama para fazer a coisa certa: os Estados
Unidos devem renunciar à sua caça às bruxas contra o Wikileaks",
afirmou durante um discurso de dez minutos, o qual ele finalizou com os
dois polegares para cima, diante da imprensa mundial.
Assange, 41, se refugiou na embaixada do Equador em junho, depois
de o Judiciário britânico recusar os seus apelos contra a extradição
para a Suécia, onde ele é acusado de abusar sexualmente de duas
mulheres. Ele diz temer que a Suécia o entregue aos Estados Unidos, que
negam envolvimento no tema.
O asilo concedido pelo Equador é o mais recente episódio da
turbulenta trajetória de Assange desde que ele enfureceu os Estados
Unidos e os seus aliados ao vazar pelo Wikileaks cententas de milhares
de mensagens sercretas diplomáticas e militares em 2010, revelações que
constrangeram Washington.
Neste domingo, Assange fez a sua primeira aparição pública desde que se refugiou na embaixada do Equador.
Apesar de ter de assistir Assange desafiar a principal potência
mundial de uma varanda de Londres, o Ministério do Exterior britânico
não quis comentar a aparição.
Fonte: Reuters