O ex-premiê Ahmad Chafiq (à esq.) continua na corrida presidencial
contra Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana.
REUTERS/Amr Abdallah Dalsh (L) and Mohamed Abd El Ghany(R) /File
|
Um dos líderes da Irmandade Muçulmana egípcia denunciou nesta quinta-feira como um "golpe de Estado" a decisão da Alta Corte Constitucional de considerar "inconstitucional" o Parlamento atual, dominado pelos islamitas.
A decisão da corte é um "golpe de Estado total", afirmou Mohamed Beltagui na página no Facebook da Irmandade Muçulmana, depois de a corte ter afirmado que o Parlamento é "inconstitucional e sua composição inteiramente ilegal".
Segundo esse deputado e dirigente do Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), a vitrine política da Irmandade, esse "golpe de Estado começou com a absolvição das autoridades de segurança no processo de Mubarak", no dia 2 de junho, referindo-se às pessoas julgadas pela morte de mais de 800 manifestantes durante a revolta contra o seu governo no início de 2011.
"Isso terminou a dois dias do segundo turno da eleição presidencial com a invalidação da chamada lei de isolamento político", que permitiu a Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, permanecer na disputa pela presidência.
Essa lei impede antigas autoridades do governo de Hosni Mubarak de se candidatarem a eleições. Apesar disso, Shafiq foi autorizado a se candidatar após uma decisão da corte sobre a validade dessa lei.
Shafiq deve enfrentar o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, no segundo turno da eleição presidencial no sábado e no domingo, em um ambiente de tensão política crescente.
O Egito é governado por um alto conselho militar desde a queda de Mubarak, em fevereiro de 2011.
Fonte: R7