Cumpridas todas as apostas feitas sobre o julgamento da Lei da Ficha Limpa, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) rompeu a madrugada em uma grande discussão sobre como resolver o impasse a respeito da aplicação da norma. A sessão terminou empatada em cinco votos a favor da validade da Lei Complementar nº 135 e outros cinco votos contrários. Com isso, os ministros passaram a debater a fórmula para o desempate.
A decisão acabou sendo pela suspensão do julgamento por tempo indeterminado sem a proclamação do resultado. “A sociedade sabe que o tribunal não é responsável pelo impasse”, disse Peluso, referindo-se ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem a prerrogativa exclusiva de indicar o novo ministro para a Corte. “Receei em sugerir convocar o responsável por essa cadeira vaga”, comentou Marco Aurélio Mello.
Pela aplicação do trecho do regimento apontado por Lewandowski e pela rejeição do recurso se posicionaram: Cármem Lúcia, Carlos Ayres Britto (relator), Joaquim Barbosa e Ellen Gracie. Os mesmos cinco que votaram a favor da imediata aplicação da Lei da Ficha Limpa. Do lado de Peluso, os magistrados contrários à aplicação: José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Outra solução levantada foi a do voto de qualidade do presidente da Casa, também previsto no regimento para casos de empate. Entretanto, a solução não é bem- vista por alguns magistrados. “Não tenho vocação para déspota, nem acho que o meu voto vale mais do que o de outro ministro”, afirmou Peluso. Não há previsão para solução do impasse.
font: Correio Braziliense